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Virologia
Junto com outros vírus da família, o vírus Zika é envelopado e icosaedral com um genoma
RNA não segmentado, de cadeia simples e senso positivo. É mais próximo ao
vírus Spondweni e é um dos dois vírus do clado do Spondweni.
1 O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 de um macaco-reso (
Macaca mulatta) na floresta de Zika na
Uganda, África, e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. De 1951 a 1981, evidências de infecção humana foram reportadas em outras nações africanas como Uganda,
Tanzânia,
Egito,
República Centro- Africana,
Serra Leoa e
Gabão, assim como em partes da Ásia incluindo
Índia,
Malásia,
Filipinas,
Tailândia,
Vietnã e
Indonésia.
2 É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de espécies do gênero
Aedes -
Aedes aegypti,
Aedes africanus,
Aedes apicoargenteus,
Aedes furcifer,
Aedes luteocephalus e
Aedes vitattus. Estudos mostram que o
período de incubação extrínseca em mosquitos é de cerca de 10 dias.
2 Os hospedeiros vertebrados do vírus incluem macacos e humanos.
Clínica
Erupções cutâneas num braço devido ao vírus Zika.
Sintomas comuns da infecção costumam incluir dores de cabeça leves,
exantema maculopapular,
febre, mal estar,
conjuntivite, e
artralgia. O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema maculopapular, febre e dor nas costas. Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre desapareceu com apenas a erupção permanecendo.
3 Não há qualquer
vacina ou droga preventiva contra o vírus Zika, e apenas o tratamento sintomático é possível. Usualmente
anti-inflamatórios não-esteróides e/ou
analgésicos não-salicílicos são utilizados.
Epidemiologia
O primeiro surto da doença fora da África e Ásia foi em abril de 2007, na ilha de Yap nos
Estados Federados da Micronésia. O vírus se caracterizou pelas erupções cutâneas, conjuntivite, e artralgia, e inicialmente se pensou que era dengue. Os
vírus Chikungunya e
do rio Ross também foram tomados como suspeitos.
4 Porém, amostras de soro dos pacientes na fase aguda da doença continham RNA do vírus Zika. A processo infeccioso da febre Zika foi relativamente leve: houveram 49 casos confirmados, 59 não confirmados, nenhum morte ou hospitalização.
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Um surto recente do vírus Zika fora da África e da Ásia foi confirmada em abril de 2015, no Brasil. Na cidade de
Salvador, capital do estado da
Bahia, as autoridades de saúde confirmaram que uma doença até então desconhecida que afeta cerca de 500 pacientes com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia é realmente um surto em curso da febre Zika, como provado pela técnica de RT-PCR por pesquisadores da
Universidade Federal da Bahia. As autoridades locais ligaram o surto recente ao aumento do fluxo de visitantes estrangeiros motivados pela
Copa do Mundo FIFA de 2014, juntamente com a grande população de insetos vetores
Aedes aegypti e
Aedes albopictus que habitam a região. O surto segue um padrão semelhante ao também recente surto do vírus Chikungunya na mesma região, outra doença até então desconhecida à população local.
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O vírus Zika pode ser considerado um patógeno emergente, visto que se espalhou para fora da África e Ásia pela primeira vez em 2007. Até o momento, foi um doença relativamente leve com alcance limitado, mas seu verdadeiro potencial como vírus e agente infeccioso é atualmente desconhecido.
Etimologia
Em 1947, cientistas pesquisando a febre amarela colocaram um macaco-reso numa jaula na Floresta de Zika (significando
sobre-crescido na língua Luganda) próximo ao Instituto de Pesquisa Virológica do leste africano em
Entebbe, Uganda. A febre se desenvolveu no macaco, e os pesquisadores isolaram de seu soro um agente transmissível que foi descrito como Vírus Zika pela primeira vez em 1952. Foi subsequentemente isolado num humano na Nigéria em 1954. Da sua descoberta até 2007, casos confirmados de infecção com o vírus Zika na África e Sudeste da Ásia eram raros. Em 2007 porém, uma forte epidemia ocorreu na ilha Yap, Micronésia. Mais recentemente, epidemias ocorreram na
Polinésia,
ilha da Páscoa,
Ilhas Cook e
Nova Caledônia.
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Transmissão entre humanos
Em 2009, se provou que o vírus Zika pode ser sexualmente transmitido entre humanos. Professor Brian Foy, biológo universitário da
Colorado State University no Laboratório de Doenças Infecciosas e Transmitidas por Artropódes, visitou o Senegal para estudar mosquitos e foi picado em algumas ocasiões na sua pequisa. Alguns dias depois de voltar aos EUA ele ficou doente com febre Zika, mas não sem antes ter intercurso vaginal com sua esposa. Sua esposa subsequentemente mostrou sinais de infecção com febre Zika, além de extrema sensibilidade á luz. Foy é a primeira pessoa conhecida a ter passado um vírus vindo de insetos a outro ser humano via contato sexual.
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Doença misteriosa que atinge cidades baianas é identificada como ‘Zika Virus’
— 30 de abril de 2015
O vírus que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e tem assustado a população baiana foi identificado por dois pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O chamado “Zika Virus” atingiu moradores de diversas cidades do estado, a exemplo de Camaçari, Salvador e Feira de Santana.
A descoberta foi feita pelos pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, após a análise de amostras de sangue de pacientes de Camaçari, por meio de uma técnica chamada RT-PCR. O Zika Vírus é transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti, aedes albopictus e outros tipos de aedes.
Segundo Gúbio, o Zika Vírus causa um quadro muito parecido com o da dengue, em que o paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. Porém, este novo vírus é mais fraco e os sintomas mais brandos. “Zika Vírus não é tão grave quanto Dengue ou Chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo”, explica o pesquisador. Além destes sintomas, o paciente pode apresentar sinais de conjuntivite.
O Zika Vírus nunca foi detectado no Brasil ou na América Latina. “Quando você dá um diagnóstico, o paciente já vai mais tranquilo para o hospital”, diz Gúbio. “É muito importante para nosso grupo ter descoberto este vírus pela primeira vez no Brasil”, comemorou. As pesquisas contaram com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) que disponibilizou recursos através do Programa de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).
Estudos
Exames já haviam descartado que se tratasse de dengue, febre chikungunuya, rubéola e sarampo. Outras duas viroses possíveis para a doença misteriosa eram o parvovírus e a roséola. A roséola é uma infecção viral infecciosa bastante comum, que causa febre e erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele), especialmente em crianças. O parvovírus do tipo B19 também é mais comum em crianças e adolescentes.
No final de março, a Embasa apresentou relatório que mostra que não houve alteração na qualidade da água na cidade. Representantes da Coordenadoria do Meio Ambiente da Secretaria do Desenvolvimento Urbano (Sedur) também apresentaram dados que demonstram que não foi detectado nada fora do normal no ar do município nos últimos dois meses.
Fonte: Informa1.com.br